A felicidade é uma questão de olhar a coisa. A gente fica meio mÃope até determinada idade.
Os santos assim que largam os cueiros já saem por aà saltitantes de amor, paz no coração e entendimento da vida.
A gente que é normal leva pau por anos e anos por déficit de atenção, "pobrema de espinhela caÃda", sentimentalismos existencialis, altas taxas de riqueza e de pobreza ou simples vagabundagem mesmo. Daà já viu: cisma em mentir, enganar, matar, invejar, roubar, falar mal do outro...
Quando tinha uns 15 anos era tristinha como um poço vazio, igualzinho aquele do filme da Samara. Carlos me falava, me mostrava que a janela estava logo ali na frente e eu só corria para o poço. Guardava um estoque generoso de choros e tristezas dentro daquele poço.
Agora que Carlos mora com os outros anjos eu consigo entender tudo o que ele dizia lá atrás entre sorrisos, cafezinhos e pão francês.
E, pensando bem... não é por nada não... sem querer alardear, cogito que Carlos ficaria bem-aventurado com o pequeno progresso de sua gatinha atrapalhada que vez por outra cai do muro no quintal do vizinho em cima do rabo daquele pitt bull cheio de dentes e com cara de poucos amigos.
Ainda no meu atrapalhamento, descobri duas coisas básicas bem legais: Não preciso realizar os Doze Trabalhos de Hércules e tenho a mais absoluta certeza de que Carlos me ouve, me vê, me sente daà da morada dos operários alados, incansáveis mestres de quem não teve o privilégio de nascer santo.